Ter sido criança nos anos 90 faz de nós, Millennials cacuras, criaturas um pouco curiosas e tristes de se acompanhar. A gente ralava na boquinha da garrafa, dançava a Dança do Satanás, tinha medo do ET de Varginha, achava normal almoçar galeto com polenta na casa da vó vendo a banheira do Gugu, sonhava em ser a Fada Bela ou a Mili em Chiquititas e não fazia ideia que seríamos essa geração de gente cansada, pais de pets, de planta e sem muita perspectiva de um futuro confortável na velhice.
Mas nem era sobre isso que eu queria escrever. Ter sido criança nos anos 90 me faz ter um monte de referências aleatórias que não servem para absolutamente nada mas que de vez em quando aparecem de sopetão à memória.
Um exemplo: a abertura de “A Indomada”:
Oxente, My God. É. Realmente a minha cabeça funciona de um jeito meio diferente. Aliás, a mulher correndo na abertura é a Maria Fernanda Candido. Enfim, tergiveso.
Eu queria muito ser essa mulher ali quando era criança. Ela se transforma em tudo. Em vento, em pedregulhos, em água, em fogo. E corre. Linda, esvoaçante, livre, de pés descalços com um vestido vermelho!
Tenho coxas grossas e jamais conseguiria correr assim sem me assar toda. E muito menos sem um top decente, meus peitos pesam 3kg no auge da TPM. As unhas do pé não faço há mais de mês (outra ref dos anos 90: Débi e Lóide e a cena da pedicure). Mas como eu queria ser essa mulher.
E o que eu acho mais lindo é que para além de toda essa transformação - e que talvez seja uma metáfora à la Hans Donner para o quanto a gente muda para dar conta de toda a complexidade da vida -, ela semeia. Há vida.
Não se trata de uma fuga. Mas de movimento.
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Mais coisinhas:
A Folha fez uma pesquisa mostrando como o casamento ainda permeia o sonho do brasileiro comum
Mas não dissemos quantos: dados mostram que os divórcios acontecem cada vez mais e mais rápido
Beijos
Lari
Eu acredito que a infância nos anos 90 foi uma prova da Olimpíadas do Faustão. Sobrevivemos. A que custo, né?
Apesar dos pesares, sou orgulhosa de ter tido uma infância ordinária (te amo, cumpadi Washington).
Um beijo!
tambem fui fascinada pela abertura da indomada hahaha
I feel you!