Triste e com tesão
Que desperdício de vida entrar no período fértil e estar absolutamente exausta
Entrei no período fértil e eu adoraria estar transando horrores e apenas pensando em p*taria e coisas libidinosas. Mas a real é que estou tão cansada que meus únicos desejos no momento envolvem ficar sozinha, no mais absoluto silêncio, de preferência no Matadeiro ou em algum outro canto com vista para o mar, lendo um livro daqueles que me deixam até meio tonta de tão bons que são.
Às vezes eu preciso voltar para mim. Respirar fundo, mergulhar, me entender com os meus pensamentos e só aí voltar à superfície. Ser uma extrovertida introvertida tem dessas.
E olha que eu tenho deliberadamente usado qualquer fagulha de devaneio como algo digno que me faça esquecer da realidade. Estou revoltada. Não é possível que a viver seja apenas trabalhar cada vez mais para pagar as mesmas contas de sempre, limpar a casa, lavar roupas, dormir mal e ser chicoteada pelo capitalismo. Também não sei se é certo ter no horizonte esses pequenos momentos de escapismo, me sinto como em O Fantástico Mundo de Bob sem ter seis anos e pedalar num triciclo. Fato é que me iludir e me permitir sonhar acordada meio que me ajudam a não sucumbir de vez à mediocridade da vida adulta.
E aí, o que eu faço? Olho para as árvores, o céu, sinto o vento (raro) batendo no rosto. Começar o dia caminhando um pouco me distrai, ainda que a paisagem seja a mesma, que os carros passem apressados, que não haja tanta felicidade circulando por uma rodovia às seis e meia da manhã. Olhar o pôr do sol de outono pela janela do trabalho me lembra de outros finais de tarde vividos com mais entrega, música e prazer. Um dia eles existirão novamente.
Era para ser uma carta de amor, sabe?
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Outro dia quero falar com mais calma da experiência que foi assistir à chamada Trilogia do Antes pela primeira vez (sim, eu sei). Mas hoje quero deixar apenas isso:
E mais umas coisinhas:
Esse fotógrafo com imagens puro suco de Itália no verão:
Uma imagem de Normal People:
Uma colega hoje lembrou da história maravilhosa das tatuagens do estilista Walério Araújo em homenagem aos homens que amou. Mas as matérias mais recentes dizem que ele estava apagando os traços
Um episódio cheio de ótimas reflexões sobre pornografia, erotismo e tesão no Vibes em Análise:
Ah, e eu criei um perfil no insta para divulgar esta cartinha. Não tem nada por enquanto, mas se quiser seguir, é só clicar aqui
beijos
Lari